terça-feira, 24 de dezembro de 2013

SAUDAÇÕES



Embora consciente de que as transições temporais são invenções humanas, e que algumas datas comemorativas não passam de instrumentos de exploração mercantilista, felicito a todos os amigos, aos quais desejo um próspero e venturoso 2014!... 
AS AGRESSÕES SILENCIOSAS
                                                 Francimar Moreira

É um enorme equívoco imaginar que a tragédia da violência pode vir a ser debelada apenas com ações policiais. É inquestionável, entretanto, a necessidade crescente de polícias cada dia mais bem preparadas e equipadas, além, é claro, de um serviço de inteligência que seja capaz de detectar o planejamento e obstar a ação de delinquentes, antes que seus projetos criminosos sejam de fato consumados. 
É lamentável que o povo brasileiro ainda seja inabilitado, ou cego e surdo, a ponto de não perceber que a violência que nos intimida a todos é fruto de uma reação inconsciente à mais sórdida e covarde de todas as agressões, que é aquela produzida de forma velada e vil, nos carpetados e podres porões dos poderes, por gente torpe que, aboletada de algum domínio, julga-se no direito de saquear um povo já traído e humilhado.
São de deixar estupefata qualquer pessoa dotada de um mínimo de consciência cívica, as revelações dos absurdos praticados por agentes públicos deste País. E, à desonestidade, adicione-se a incompetência, o cinismo, a total falta de escrúpulo, além da inércia da sociedade que, em não reagindo, acaba estimulando os vigaristas a investirem cada vez, com mais audácia, sobre os cofres públicos e a economia popular.
É isso mesmo: o avanço sobre o Erário não é a única maneira de subtrair recursos do povo. A carga tributária absurda, o apelo para se consumir mais e aderir à moda vigente, os juros escorchantes, as absurdas taxas dos cartões, os jogos ilusórios e muito mais são também formas dissimuladas de as elites avançarem sobre a economia popular, nutrindo a obscena desigualdade social e deixando milhões de pessoas ainda mais vulneráveis.
Ora, como podemos controlar o ímpeto transgressor, em uma sociedade marcada por obscena desigualdade social, se pessoas ditas das elites, dos mais diversos setores da vida política, econômica, social e religiosa são costumeiramente flagradas em atos criminosos, sem que, no entanto, se tenha notícia de que sejam, pelo menos, levemente punidas?!...  
É lógico que um povo detentor da fama de alegre, mas que, de fato, não passa de bobo que se deslumbra até com as nádegas e as cicatrizes dos umbigos, aliás, alguns até as exibem altivos, como se troféus fossem, não intui que a punição dos mensaleiros resultou de injunções político-partidárias, porquanto, se olharmos com atenção, haveremos de constatar que os grandes corruptos e corruptores continuam soltos, traficando influências!...
É evidente que as injustiças, o mau exemplo das elites, a indução ao consumo, como forma de expropriar, e o abismo entre ricos e pobres, aliados à impunidade, potencializam a violência! Também é devastador, para a autoestima dos jovens, saber dos milhões que acumulam algumas “celebridades” da política, dos negócios, da televisão, da agiotagem, e pior: a maioria sem produzir absolutamente algo que expresse algum valor real.  
Apesar das esquálidas manifestações, sem foco, de junho de 2013, é desalentadora a inércia em que estão imersos governantes e a sociedade em geral, diante da escalada do crime. Há, de fato, uma paulatina erosão das autoridades; dos pais, dos professores e até das mais altas patentes hierárquicas deste País, sem que se delibere, de forma efetiva, como coibir a afronta dos transgressores, que crescem em número e ousadia.  
Não dignamo-nos sequer a discutir com realismo e sob os faróis da Ciência a cruciante questão da delinquência infanto-juvenil!... Políticos oportunistas e inescrupulosos ficam o tempo todo pensando nas próximas eleições, certamente confiantes na indiferença e ignorância da sociedade, envolvida que vive muito mais com a novela das oito, os campeonatos de futebol, ou o próximo lançamento da moda.
Ora, os escândalos praticados nos subterrâneos dos poderes e noticiados quase diariamente pela imprensa são, sem nenhuma dúvida, um enorme estímulo à violência que salta aos olhos. E, enquanto a selvageria prospera presunçosa, governantes torram bilhões em propaganda enganosa, na tentativa de fazer os incautos acreditarem que municípios, estados e o País vão todos às mil maravilhas!...   
Deixa-nos pasmos o fato de os criminosos não aceitarem que dificultem o seu “trabalho” e reagirem contra a ação da polícia, de forma cada vez mais violenta, em investidas ousadas e fulminantes. Ou seja: estupram e degolam crianças e anciãos, dizimam famílias inteiras, esquartejam e alimentam cães com os corpos de desafetos, divertem-se ateando fogo em suas vítimas..., e não admitem que se lhes perturbem!...
É certo que uma nação que tolera o que vem ocorrendo no Brasil, sem exigir dos governantes medidas que coíbam, com o devido rigor, a tragédia da violência, não pode aspirar aos privilégios do nível civilizatório de que alguns países já desfrutam. Assim como não pode ser considerada uma sociedade sustentável, seja do ponto de vista político ou, em conceitos mais abrangentes, social, cultural, econômico e ambiental.
É tudo muito claro: uma sociedade cujos governantes beneficiam oligopólios, com isenções fiscais e entregando-lhes BILHÕES DE REAIS DO TESOURO a juros subsidiados, como se faz no Brasil, dinheiro que, ou é torrado ou usado para asfixiar empreendedores menores, não pode aspirar ao ingresso no clube dos países ricos e, muito menos, integrar o bloco das nações ditas civilizadas e/ou, política e socialmente, sustentáveis.     
Patinamos, sim, em um estágio de absoluta e obscena desigualdade. Uns poucos esbanjam luxo e riqueza. Os pequenos e médios empreendedores trabalham no limite de suas forças, para sobreviver e cumprir as suas obrigações. No serviço público, há uma casta de privilegiados, em detrimento da maioria que é mal remunerada, e, a esmagadora maioria do povo vive mesmo é atolada em dívidas, senão em situação miserável.
Enquanto o que afirmamos acima se evidencia a quem tem olhos de ver e atormenta a consciência de quem a possui lúcida, bilhões de reais são torrados em propaganda ilusória, com o intento de induzir a todos a consumir mais e a convencer-se de que os governantes e as elites estão fazendo o que podem para que o futuro dos brasileiros seja bem melhor. Certamente, melhor apenas para eles!...
A ultrajante verdade é a existência de uma tributação absurda, concentração de renda obscena, inércia do poder público, uma desigualdade abissal entre ricos e pobres, muita corrupção e, sobretudo, saques incessantes ao Erário, formando, assim, AS AGRESSÕES SILENCIOSAS, urdidas nos carpetados e podres porões dos poderes, e que persistirão soberbas, nutrindo o clima apropriado à tragédia da violência que salta aos olhos.                                                                                                                       
                                                                           Imperatriz, 01 de dezembro de 2013  

                                                                            


SAUDAÇÕES



Embora consciente de que as transições temporais são invenções do homem e que algumas datas comemorativas não passam de instrumentos de exploração mercantilista, felicito a todos os amigos, aos quais desejo um próspero e venturoso 2014!... 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A ONDE IREMOS CHEGAR?
As imagens de um bando de marginais encapuzados espancando, em praça pública, um honrado coronel da polícia militar de São Paulo, um homem tão lúcido e valoroso que, mesmo após ter seu corpo, sua honra e sua alma golpeados, foi ainda capaz de um gesto marcado por absoluta nobreza e notável grandeza pessoal, é o mais nítido retrato, em três dimensões, do País que estamos construindo!...

– Segurem a tropa!... Segurem a tropa!... Não a deixem perder a cabeça!... – gritava o honrado comandante, em uma demonstração de absoluto equilíbrio e uma inconteste grandeza moral!...

São gestos, como o do ilustre coronel Reynaldo Simões Rossi, que contribuem para manter viva a esperança na humanidade.


Aliás, está na Constituição brasileira: “fica vedado o anonimato”, quando, afinal, iremos fazer cumprir a nossa Carta Magna, quando?!... 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

 DANTE ALIGHIRI, autor do clássico universal, A DIVINA COMÉDIA, proclamou: “Os lugares mais sombrios do inferno estão reservados àqueles que se mantêm neutros em tempos de crises morais!”.
Perguntaria, então, ao imortal ALIGHIRI: que lugares estão reservados para os protagonistas – aqueles que produzem as crises morais?... E, ainda: em que círculo do inferno repousará os que bajulam e dão respaldo aos autores das crises morais, inclusive, investindo, com ranço homofóbico, contra os que, com dignidade e coragem, combatem os imorais e suas práticas?!...
Certamente, o imortal Dante responderia:
– A esses está reservada a vida eterna. Mas, você, Francimar, que foi registrado no distrito de VERTENTE, não fique com INVEJA; eles pagarão  como tributo, o castigo de viver toda a eternidade com uma espada atravessando o coração, e a alma navegando em um túnel circular imersa em chama ardente. Amem!



quinta-feira, 25 de julho de 2013

       A PRIORIDADE É O CIRCO
                                                 Francimar Moreira


UM BILHÃO E TREZENTOS MILHÕES DE REAIS, é quanto foi gasto na reforma de um circo chamado Maracanã.
 Esse tanto de dinheiro daria para construir 50.000 (cinquenta mil) casas populares, no valor de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) cada uma.
Daria para alavancar 2.600 (dois mil e seiscentos) empreendimentos, emprestando-se a cada um deles R$ 500.000,00 (quinhentos mil) reais.
E, se fosse emprestado a 1% (um por cento) ao mês, renderia de juros R$ 13.000.000,00 (treze milhões de reais) por mês; ou R$ 156.000.000,00 (cento e cinquenta e seis milhões de reais), por ano; ou R$ 4.680.000.000,00 (quatro bilhões e seiscentos e oitenta milhões de reais), em 30 anos.
Pois é, o Maracanã foi arrendado a dois bilionários, por trinta anos, por apenas R$ 180.000.000,00 (cento e oitenta milhões de reais). Ou seja: por 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e quinhentos milhões de reais) a menos do que renderia de juros o dinheiro que foi gasto, se emprestados a 1% (um por cento ao mês), para alavancar empreendimentos que gerariam empregos, renda e tributos.
E, enquanto se registra fatos aviltantes como esse, faltam hospitais, escolas, universidades, estradas e muito mais coisas por todo esse Brasil. Mas, é bom que seja dito mais: somente com ferro, concreto e, certamente, furtos e corrupção, serão consumidos, no Brasil, R$ 28.000.000.000,00 (vinte e oito bilhões de reais), em função da copa.
Informaram-me que, em Brasília, existe um hospital abandonado ao lado de um Campo onde gastaram agora, quase R$ 600.000.000 (seiscentos milhões de reais), em uma reforma para a copa.
Pelo visto, está tudo muitíssimo claro, embora se tenha o bolsa família..., A PRIORIDADE É O CIRCO. 
Imperatriz, 22 de junho de 2013



HÁ GENTE QUE...
       Francimar Moreira



Há gente que, após nove meses ao ventre submisso, não se liberta mais.
Até parece de cócoras ter nascido e não ter ânimo para se erguer jamais!
É um fraco, que nunca sabe a vida organizar, sem a proteção de um amo
Que o oriente, lhe mostre o caminho e, para o qual vive a mover o abano! 
É vítima de uma sina cruel que, movida a birra, a fez fraca e rastejadora,
Gênero dos reptilianos cuja ventura consiste, em ser uma vil bajuladora!
Há gente que trapaceia e explora a outrem, na busca insana pelo vil metal,
Confiante em que somente ele seja fonte segura de status e prosperidade!
É, de fato, um delirante ao extremo, que não vê o quanto há de estupidez,
Na crença tola e vulgar de que poder e dinheiro sejam fonte de felicidade!
E muito embora, com uma fortuna acumulada, não percebeu, infelizmente,
Que dos bens virou escravo, do medo ficou refém, da vida plena é ausente!
Há gente que, na cólera selvagem de poder, nivela-se ao pior dos violentos.                                              
É um feroz crocodilo, uma serpente, senão for desses répteis excrementos!  
É o tipo que, movida a selvageria, tripudia, denigre e tortura o semelhante,
Sem se dar conta de que degrada toda a espécie humana, de forma aviltante!
E, ainda assim, do inocente povo sofredor, espera acatamentos reverenciais.
Embora não passe de execrável tiranete a extravasar seus instintos bestiais!




Imperatriz, 10 de março de 2013 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

SE NÃO FREARMOS:

A afronta que são os privilégios de uma minoria, a erosão das virtudes, a ditadura dos sindicatos, o poder dos oligopólios, a ganância dos banqueiros, o avanço dos ladrões sobre os cofres públicos, a maldição do corporativismo, o poder do estado para atrapalhar, a maldita da corrupção, a extorsão contida nas taxas de juros e nos malditos cartões, e, sobretudo, o mal que os políticos estão fazendo ao Brasil; mergulharemos, inexoravelmente, em convulsões sociais e ditadura!...  

sábado, 22 de junho de 2013

E PELO VISTO...

A política do pão e circo, aliada a muita publicidade e a drenagem dos recursos públicos para o bolso dos grandes ladrões e os oligopólios, não está surtindo o efeito esperado por seus patrocinadores! E não deve está muito longe o dia em que milhões de pessoas tomarão as ruas deste País, exigindo dos detentores do poder, vergonha na cara e respeito ao povo!... E, dependendo da dimensão do levante, haverá muito desespero, ranger de dentes e sangue derramado!... 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

É IGNORÂNCIA OU CINISMO
                                         Francimar Moreira


Imagine-se uma comunidade humana qualquer, onde as leis e as instituições funcionam ao sabor da vontade comezinha de quem pode mais!... Seria o caso de um país onde se edita dezenas de normas diariamente e, a maioria delas, com o inescrupuloso e pervertido propósito de atender a interesses pessoais ou grupais de detentores de privilégios.  

Imagine-se que esse conjunto de pessoas já atingiu um grau de organização de tal forma sofisticado que lhes permite ostentar, à guisa das nações modernas, um organograma governamental e administrativo – com Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e outras instituições que, pelo menos teoricamente, lhes dá status de sociedade civilizada.

Imagine-se que, influenciada pela modernidade, ou, imitando o que já ocorre em outras nações, até já definiu, essa sociedade aqui em discussão, a democracia como regime de governo; o republicanismo, como doutrina política basilar; e eleições, chamadas livres e diretas, como forma de escolher governantes e outros detentores de mandatos eletivos.   

Imagine-se que, corroborando com o ideal civilizatório vigente entre povos mais desenvolvidos, a comunidade em questão já aderiu a tratados internacionais que definiram normas educadas de convivência coletiva e até estabeleceu, também, teoricamente, o seu pacto de um modus vivendi guiado pelos princípios da ética e da civilidade.  

Imagine-se que, em sintonia com os princípios democráticos e procurando simular o ideário iluminista, essa nação, até já deliberou o seu organograma de governança, em harmonia com a pós-modernidade, o qual se divide em poderes autônomos, harmônicos e “independentes” entre si – conforme proclama sua Carta Magna, de forma solene.  

Imagine-se que, segundo apregoam, essa sociedade vive em plena democracia e o seu mais longo período de estabilidade política, sem que nenhum motim ameace o seu equilíbrio. Todavia, de fato, o que há é um simulacro de normalidade, a sustentar-se na ignorância da maioria de seu povo e no cinismo da classe política que, respectivamente, não se apercebem o quanto são vítimas e protagonistas de abissais contradições.

Imagine-se o Poder Legislativo, que em princípio é o primeiro e mais importante Poder de uma República, e cuja função é legislar, fiscalizar, investigar e defender os interesses coletivos, sendo, porém, cooptado pelo Executivo, através de um pacto amoral, em troca da esdrúxula figura das “emendas orçamentárias” que, sem rodeio, mandou a chamada harmonia e a independência entre esses poderes para o nono círculo do inferno.

Imagine-se a necessidade de autonomia do Judiciário – que tem a sublime missão de julgar –, em relação aos demais Poderes! Apesar disso, sabe-se, há muito tempo, que a ascensão aos Tribunais Superiores é maculada por caracteres ilegítimos, não republicanos. E, é lógico: interferências indesejadas nesse processo maculam o rito da escolha e impede a prevalência da meritocracia – absolutamente necessárias a uma Justiça isenta.  

Imaginem-se os mais torpes conluios sendo maquinados nos ornamentados porões dos poderes, em um país cuja mais temível ameaça brota da falta de caráter de seus agentes públicos. Aliás, um país que – segundo se canta em versos e prosas – vive um de seus melhores momentos de progresso econômico, e que, inclusive, navegaria em águas brandas e de forma auspiciosa – rumo ao desenvolvimento político, econômico e social.

Imagine-se o grau de indecência que ocorre na escolha de governantes e representantes legislativos nessa comunidade! Porém, mais grave do que eleições manipuladas à sorrelfa, é a infâmia que significa um pretendente a uma vaga no Supremo Tribunal Federal – STF, ter amigos fazendo lobby, andar cabalando apoios e, até comprometendo suas futuras decisões, em casos que chegassem àquela Corte – conforme denunciado recentemente.     

Imaginem-se interessados em ser indicados para a mais alta instância do Poder Judiciário de um país rogando apoio de quem tem graves acusações correndo contra si naquela Corte!... Fica até difícil de avaliar-se qual é a maior depravação, se a súplica de apoios e votos pelos pretendentes sem escrúpulos, ou se o fato de alguém envolvido em crime possuir, ainda que transitório, o poder de influência sobre a indicação pretendida.

Imaginem-se acordos urdidos, em cochichos, entre criminosos que detêm poderes para indicar quem vai julgá-los, e candidatos a julgadores dispostos a entregar a própria alma em troca do cargo!... Na melhor das hipóteses, somente pode resultar na mais putrefacta violação dos sagrados princípios da legitimidade e da lógica, as quais, de forma axiomática, são definidas como pilastras da moderna civilidade.  
     
Imagino, aliás, e disso estou convencido, que já passou da hora de uma verdadeira reforma do Poder Judiciário desse país, na qual seja contemplado o mérito e o tempo de serviço, para efeito de promoção, e, a ascensão aos Tribunais Superiores seja quase exclusividade de integrantes do próprio Judiciário, através de votações de seus pares, com aprovação pelo Senado e nomeação pelo (a) Presidente da República.

Imagino, no entanto, que na composição das cortes superiores do Poder Judiciário são, sim, valiosas as reservas de duas vagas: uma para o Ministério Público e outra para a OAB. A interação dessas duas significativas instituições, através de seus representantes, com os Tribunais Superiores tem, de fato, enorme significação: seja simbólica, empírica, jurídica e científica.  A escolha dar-se-ia pelo mesmo critério dos demais integrantes da Corte.

Imagino, finalmente, que leis duradoras e equânimes, que pautem as reais necessidades de um estado comprometido com os fundamentos que sustentam as pilastras da pós-modernidade, somente se instalariam se erguidas sobre a égide de uma nova Constituição. A qual viesse a ser produzida por um colegiado de notáveis, indicados exclusivamente para essa finalidade. Pensar que possa brotar da lavra de políticos carreiristas, como os que ascendem ao Poder no Brasil – É IGNORÂNCIA OU CINISMO.   


                                                     Imperatriz, 20 de maio de 2013  


     

terça-feira, 21 de maio de 2013

FRAGMENTOS DO TEXTO: POBREZA, ENDIVIDAMENTO, AFLIÇÃO... DO LIVRO VIRTUDES AUSENTES.

Matéria publicada no jornal O PROGRESSO, respaldada em estudo realizado pelo Banco Central do Brasil, dava conta   de que, nos financiamentos, o brasileiro gasta mais com o pagamento de juros do que com o produto efetivamente comprado. O relatório demonstrava que, enquanto algumas famílias gastaram, em um determinado período, 10,5% da renda em compras a prazo, tiveram que desembolsar 13,3% com o pagamento de juros sobre o valor comprado.

Ora, nos preços a prazo estão embutidas margens de lucros maiores, taxa de risco, juros e a compensação pelos que não haverão de saldar seus débitos. Logo, os preços iniciais são sempre majorados. Digamos que sejam, em média, 20%. Nesse caso, o percentual de 10,5% citado acima cairia para 8,4%, se pago à vista, e, os 2,1% remanescentes, somados aos 13,3%, totalizaria 15,4% de juros e acréscimos, ou seja, quase o dobro do valor da aquisição propriamente dita.

segunda-feira, 6 de maio de 2013


UM FRAGOROSO EQUÍVOCO
                                     Francimar Moreira

Movido por um forte esquema midiático, além de muitas manobras especulativas, os preços de imóveis urbanos em Imperatriz têm experimentado aumentos astronômicos. É bem verdade que somos, indiscutivelmente, uma região promissora cujo desenvolvimento ainda está por acontecer. Em assim sendo, seria natural que nossos pedaços de chão, sejam urbanos ou rurais, fossem necessariamente valorizados.

Ocorre, porém, que essa valorização se ampara numa expectativa de crescimento econômico que não condiz com a realidade dos fatos, pois sabemos que o principal fator econômico de Imperatriz é o comércio e essa atividade, por si só, nunca foi, em qualquer lugar do mundo e em nenhum período da historia da humanidade, alavanca para o desenvolvimento sustentável. O seu histórico é de mera influência cíclica, desde os tempos do escambo, e não houve fatos, econômicos ou socioculturais, que alterassem essa realidade.  

A fragilidade de uma economia que se sustenta na atividade comercial reside na probabilidade de surgirem novos polos comerciais em cidades que antes constituíam mercados compradores, além, é lógico, de existir a possibilidade de migração do negócio propriamente dito. Uma conjuntura econômica consistente é a que se sustenta em atividades fixas e permanentes, como a agricultura e a pecuária, ou em grandes empreendimentos industriais e tecnológicos, de implantação difícil, porém de muita solidez.  

Se há quase 40 anos, quando aqui cheguei, já me incomodava ver o Maranhão importando produtos agrícolas, imagine-se o que penso hoje, quando observo que até o arroz que consumimos vem da extrema com o Uruguai e um terço de seu custo final é de frete, encarecendo brutalmente o seu preço. Citei o arroz como exemplo porque, paradoxalmente, o Maranhão já foi um grande produtor desse cereal e hoje não produz quase nada. Mas, infelizmente, até água mineral estamos importando muito, o que é lamentável.

É evidente que uma região com esse perfil econômico tem, necessariamente, um histórico político e sociocultural que o tolera e alimenta. Logo, não se deve, sob pena de sofrer terríveis decepções, esperar milagres em curto e médio prazos. Isso porque, apesar de nosso fantástico potencial, é impossível, no mundo do conhecimento e da informação, advir uma forte onda desenvolvimentista sem que antes ocorram expressivos avanços nas áreas educacionais e tecnológicas.  

Quanto ao fato de estarem instalando ou prometendo instalar aqui grandes atacados, alguns shoppings, hipermercados e redes de comércio varejista, não significa isso desenvolvimento. O comércio vive de explorar as riquezas e potencialidades já existentes e não tem, por si mesmo, a faculdade de gerar riqueza. Ao contrário do que muitos possam imaginar, grandes empreendimentos comerciais, principalmente financiados com dinheiro público e gozando de incentivos fiscais, são, na verdade, fatores de desestabilização econômica e social. E, em nenhuma hipótese, fomentadores de progresso e bem estar coletivo, como tentam nos fazer crer políticos mentirosos.

A propósito deste tema, dois caipiras discutiam num ponto de ônibus, em uma cidade, aqui próximo de Imperatriz, há algum tempo, quando um disse para o outro:
– Cumpade, nossa cidade agora vai proguidi, homi, pois vão butar aqui um baita budegão, um tal de hipermercado, do grupu dos pessoá lá de riba, qui vai sê uma beleza! – foi, entretanto, admoestado pelo parceiro, que retrucou:
– Num se fie nisso, não, homi de Deus, pois isso é uma faca de dois ligumes!
– Como assim, cumpade, dá pro mode expricá dereito?!

 Cumpade, bota sintido no qui vô lhe dizê, homi: imagine qui chegue aqui um baita desse bicho qui tu falou, com dinheiro dos imposto qui a gente pagamo e sem tumbem carecer pagar imposto... sabe o que vai se suceder, homi de Deus?!
– Sei, sim! – exclamou o parceiro, acrescentando:
– Vai criar uns duzento imprego na cidade. Num é muito baum isso, meu camarada?!

 – Ói cumpade, criá os imprego é bom, sim! Mais o probrema são os efeito colaterá, cê intende?!
– Não, cumpade, eu não sei do qui diabo tu tá falano, não. Dá pro mode expricá?
– Efeito colaterá, homi, é um efeito não desejado, por exempro: tu traquina com uma cumade sua, por debaixo das moita e nove mês dispois nasce um muleque com a tua cara... Isso é um efeito colaterá. Intendeu, homi?!    
– Acho que intendi! – Mais, afiná, qualé mermo o efeito colaterá qui o budegão vai trazê, cumpade?

  – Homi, presta atenção! Pode inté criá os 200 imprego, cumo vosmicê disse, mais vai quebrar uns 600 pequeno e médio cumercianti. Digamu que esses futuros quebrados tenham, em média, um impregado; são, entonce, 1.200 famía diretamente prijudicada. Seis vez o númro de imprego que você acha que vai ser criado. Mais tem muito mais efeito, homi! Veja bem, o lucro que o budegão vai ter, num vai ficar aqui não, vai pras capitá ou inté pro estrangeiro. É aí que todos qui mora aqui sai perdeno, pois o dinheiro qui pudia circular aqui, nas mão do barbeiro, do pedreiro, do carpinteiro, dos piqueno e médio cumercianti, vira lucro do budegão e vai circulá nim outa paragem, homi! Logo, todos aqui serão prejudicadus, cê intendeu, agora?
– Marrumeno, cumpade, marrumeno!

 – Mais num é só isso, não, homi de Deus! Tem muito mais: se os piqueno e médio vão quebrar, muitos vão ter que prucurá outa parage, dadonde possa sobrevivê; e logo nóis vai vê a cidade cheia de placas de VENDE e ALUGA, e os preços dos imóve dispencano. E tem ainda mais: os quebrado e disimpregado, além de seus fios, vão virar assartante e matar gente pra robá!... Bota sintido no qui tô te dizendo, homi, e a dispois vosmicê me fala!...

                                                     •    •          •

Depreende-se da conversa acima que existem matutos por este Brasil afora que, mesmo analfabetos, raciocinam melhor do que muitos que ostentam um canudo de bacharel, mestre ou doutor. Aliás, aconteceu, recentemente, a mais inarredável prova do que estamos afirmando: um menino matuto, pobre e analfabeto, migrou de pau-de-arara de Garanhuns (PE) para São Paulo e virou Presidente da República. E mais: deixou em seu lugar, em homenagem à Dona Lindu – sua mãe – e a todas as mulheres do Brasil, uma mulher valente. E, mais ainda, deu um banho de cuia em generais e muitos doutores.  
        Imperatriz, 20 de dezembro de 2010


                                                                              
                                                                                      

segunda-feira, 22 de abril de 2013


HÁ GENTE QUE...
       Francimar Moreira



Há gente que, após nove meses ao ventre submisso, não se liberta mais.
Até parece de cócoras ter nascido e não ter ânimo para se erguer jamais!
Há gente que não consegue a vida organizar, sem a proteção de um amo,
Que o oriente, lhe mostre o caminho e, para o qual vive a mover o abano! 
É vítima de uma sina cruel que, movida a birra, a fez fraca e rastejadora,
Gênero dos reptilianos cuja ventura consiste, em ser uma vil bajuladora!
Há gente que trapaceia e explora a outrem, na busca insana pelo vil metal,
Confiante em que somente ele seja fonte segura de status e prosperidade!
Há gente que, delirante ao extremo, não percebe o quanto há de estupidez,
Na crença tola e vulgar de que poder e dinheiro sejam fonte de felicidade!
E muito embora, com uma fortuna acumulada, não percebeu, infelizmente,
Que dos bens virou escravo, do medo ficou refém, da vida plena é ausente!
Há gente que, na cólera selvagem de poder, nivela-se ao pior dos violentos.     
É um feroz crocodilo, uma serpente, senão for desses répteis excrementos!
Há gente que, movida a selvageria, tripudia, denigre e tortura o semelhante,
Sem se dar conta de que degrada toda a espécie humana, de forma aviltante!
E, ainda assim, do inocente povo sofredor, espera acatamentos reverenciais.
Embora não passe de execrável tiranete a extravasar seus instintos bestiais!



Imperatriz, 10 de março de 2013 

quinta-feira, 11 de abril de 2013


Disse Albert Einstein: “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade”. A afirmação do autor da teoria da relatividade se sustentaria na presunção de que os maus seriam minoria e, logo, poderiam ser vencidos. A dúvida, no entanto, é se os bons, de fato, são maioria!... 
                                    

quarta-feira, 10 de abril de 2013


Imperatriz, 09 de abril de 2013

Meu querido mestre Livaldo Fregona:

Saúde!

Não creio que você tenha antes imaginado o quanto iria comover-me, com o seu tão magnânimo gesto! Somente segunda feira, 08/04/2013, tomei conhecimento de que VIRTUDES AUSENTES havia sido apresentado e discutido de maneira garbosa, nas páginas da Academia Imperatrizense de Letras  do jornal O PROGRESSO de 07/04/2013.
Não sei se o ilustre amigo sequer pensou que, com sua atitude, estava oferecendo-me um presente, pela passagem do meu natalício... Porém, não tenha dúvida, foi o melhor presente de aniversário que já ganhei em toda a minha vida!... Afinal, considerando-se o quanto os políticos me apreciam, foi, sim, um belo e confortável desagravo. 
Tenho pensado e, também falado, você sabe disso, que sua generosidade possui uma dimensão imensurável. E, mais uma vez, você a revela perante as consciências lúcidas e a história... Que sua nobreza de caráter e todas suas virtudes sejam preservadas, amigo Livaldo! E que Deus ilumine e conforte sempre – a você e a todos que lhe são preciosos!
Obrigado! Obrigado!...

Francimar Moreira






quarta-feira, 3 de abril de 2013

                  UM SALVADOR RODRIGUES, ‘MELHORADO’?!...
                                                                    Francimar Moreira


Felizmente, não sou o único a achar que Imperatriz está, de fato, precisando de um administrador!... Sábado, 23 de março de 2013, no início da noite, encontrei-me, por um acaso, nos corredores de uma loja aqui mesmo localizada, com um dos mais cultos, viajados e respeitados – seja como uma pessoa ilibada que é, ou profissionalmente, – cidadão de nossa urbe, o qual, após um bom papo sobre a conjuntura política brasileira, sapecou:
 – O prefeito que aí está é um Salvador Rodrigues, ‘melhorado’!

Foi uma surpresa ouvir tal afirmação. Não por discordar dela, afinal, venho dizendo que a atual administração é muito ruim, já há um bom tempo. Mas, porque não esperava que, discreto como é aquele cidadão, chegasse a revelar o que, de fato, pensa. A surpresa fez-me pedir-lhe que justificasse sua opinião, enumerando alguns fatos que considerasse escabrosos. Afinal, sempre o considerei um dos cidadãos mais discreto, decente e educado que há em Imperatriz, e, não esperava ouvir dele, tão absoluta e veemente verdade.

Sua serena explanação deixou-me esperançoso de que esteja começando a brotar nas consciências lúcidas de nossa gente, uma visão crítica mais aguçada sobre a nossa realidade político-administrativa. Logo, imaginei cada vez mais gente começando a se libertar do véu encardido e malcheiroso que impede a percepção – seja através do intelecto, da visão, ou por via olfativa – da putrefata imundície que conspurca a classe política brasileira, e passando também a compreender a dimensão do malefício que essa categoria de saqueadores está causando ao povo brasileiro.   

A essa altura, mais dois conhecidos haviam se integrado à nossa conversa e, um deles protestou contra a comparação, alegando que o Salvador Rodrigues, até mesmo por sua condição de pessoa simples que ascendeu ao cargo de prefeito de Imperatriz, não cometeria o desatino de autorizar uma construção em cima de uma AVENIDA, nem tão pouco aceitaria que essa construção, avaliada em cerca de cem milhões de reais, fosse averbada em cartório POR MEIO POR CENTO DE SEU CUSTO (...).

 Retomando a palavra, disse-me, incisivamente, o meu caríssimo interlocutor:
– Francimar, assisti as suas entrevistas, li o seu folder... E quero comprar o seu último livro!... Mas, asseguro-lhe que existem muito mais coisas horríveis na atual administração de Imperatriz, muito embora, furtar ou autorizar a ocupação das vias públicas, seja de fato, uma assombrosa estupidez!...  

Em seguida, de forma catedrática e demonstrando conhecimento de causa, começou a desfiar malfeitorias de nossa mesquinha e incompetente administração municipal:
– A primeira, a construção do shopping, que tomou três ruas, e, que a princípio não foi autorizada, porém!... (...); a segunda, aquela edificação que está sendo feita na Avenida Getúlio Vargas, esquina com a Rua Rio Grande do Norte, invadiu o passeio público, foi embargada e, um secretário municipal a visitava todo dia, durante o embargo. Certamente, pós os acertos conciliatórios, a obra continuou; mesmo irregular. (cadê os vereadores?!...); a terceira; a quarta; a quinta; a sexta; a sétima; a oitava; a nona, a décima!...

Após um minucioso relato, recomendou-me, com ar professoral:
 – Amigo, Francimar, vá ao cartório tal, requeira uma certidão de averbação do imóvel onde funciona o Shopping Imperial. Somente com ela em mãos, você pode, de fato, avaliar a dimensão da burrice, da loucura e da irresponsabilidade cometida por quem está à frente da administração pública municipal em Imperatriz!...

 A essa altura, outro dos presentes interveio:
– Está explicado, então, porque esse prefeito tinha de buscar guarida sob o manto protetor do Sarneysmo!...   

Lembrei-me, então, do que havia afirmado e se tornado manchete no mundo inteiro, poucos dias antes, um dos mais ricos e respeitados empresário brasileiro – Jorge Gerdau:
 – O Brasil atingiu o limite em burrice, loucura e irresponsabilidade!...         

 Finalmente, disse-me o meu interlocutor:
– Bem, se você quiser, a gente pode se encontrar em outro momento para conversar mais, agora, eu tenho de levar os ingredientes para o jantar!... 

 Despedimo-nos, então, com ele reclamando, mais uma vez, por eu nunca tê-lo acompanhado em um de seus giros por esse mundão de nosso Deus... Como sempre, mais uma promessa: – quem sabe no próximo..., Doutor!...
– Abraços!...

Saí daquele encontro, profícuo e confortador, em absoluta paz comigo mesmo, afinal, sendo aquele ilustre cidadão considerado, por todos que o conhecem, como um dos mais cultos, honrados e decentes imperatrizense, sua manifestação franca e serena, não somente legitima o que venho dizendo nos últimos anos, como dar às minhas opiniões um caráter muito mais expressivo e, francamente, incontestável.    

Ao constatar que não estou sozinho nesse universo, onde a maioria dos que conhecem os malfeitos silencia em nome da conveniência, procurei, então, guardar no mais recôndito escaninho da memória, para a minha íntima e perene satisfação – não por Imperatriz está sendo desgraçadamente mal-administrado, é lógico! –, aquela frase marcada de pureza d’alma e a idéia, brotada de uma consciência lúcida e imortalizada pela aptidão regeneradora do poder da verdade: “É um Salvador Rodrigues, ‘melhorado’!...”.   
                                 

                                       Imperatriz, 23 de março de 2013

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Leia um dos textos do livro Virtudes Ausentes
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