domingo, 28 de dezembro de 2014

               PRECISAMOS VER PARA CRER   
                              Francimar Moreira

Não que duvidemos da vontade e competência do governador eleito do Maranhão, Dr. Flávio Dino. Mas transformar esta Unidade Federativa, com séculos de degradantes vícios, em um estado próspero, democrático e livre da praga da incompetência e do capitalismo de compadres – que privilegia meia dúzia e prejudica a grande maioria do povo –, tanto não é tarefa fácil, como é preciso a gente ver para que acreditemos.
Ora, depois de séculos de colonialismo, escravismo, coronelismo, patrimonialismo e outras formas de dominação..., não será fácil libertar o Estado e suas forças produtivas, desse vergonhoso e nefasto vício inercial de regalias e atraso que o engessa. Muito embora, um governo novo, liderado por quem tem um histórico de reconhecida competência pessoal; detenha, sim, os meios necessários para instituir um novo “contrato social”.
É, por exemplo, um absurdo a cobrança de impostos nas barreiras fiscais, sob a estapafúrdia sistemática de “Substituição Tributária”. Primeiro, porque a ST já é por si controvérsia, já que está expresso em nossa lei maior: “O fato gerador de tributos é a saída ou a venda de produtos”. Logo, a cobrança antecipada se ampara mais na força do poder do que em norma legítima de tributação. Segundo, o agente fiscalizador, a seu arbítrio, pode cobrar apenas de quem desejar!...
Na verdade, nessa terra de João Parsondas de Carvalho, ainda ocorrem coisas, em pleno século XXI, que seriam talvez apropriadas em republiquetas medievais. Se não vejamos: sob o escudo da “Substituição Tributária”, alguns impostos são cobrados, no ato da venda, pelas indústrias ou fornecedoras conveniadas com o estado, porém, estariam sendo devolvidos às empresas detentoras de privilégios, em forma de créditos fiscais.
Essa devolução, segundo assegurou-me uma fonte credenciada, é a razão por que se vendem, aqui no Maranhão, produtos que são adquiridos em outros Estados, já com os tributos inclusos, por meio da ST, a preços inferiores aos dos fabricantes ou fornecedoras. Aliás, é também a esdrúxula e criminosa forma de reservar o mercado para uns poucos. A menos que a empresa milagrosa seja uma lavanderia de dinheiro sujo.
Embora a Secretaria da Fazenda do Maranhão, por ocasião de uma denúncia de concessão de privilégios, tenha se manifestado por meio de nota, afirmando que os benefícios fiscais que o estado oferece fazem parte de uma “Política de Estado, e que está ao alcance de todos”; sabe-se, porém, das dificuldades criadas para a sua concessão, e que algumas empresas os têm pleiteado, reiteradamente, sem sucesso. 
Seria desnecessário dizer que essa prática nefasta, excludente e criminosa, vigente aqui no Maranhão, é uma das causas do atraso em que o Estado vive submerso. Afinal, é a mesma coisa de proibirem os que não conseguem os referidos benefícios, de concorrerem com os protegidos pelo manto malcheiroso que envolve o conluio público-privado que reina nesta maculada terra de tantos índices vergonhosos.  
Não há dúvida de que esse capitalismo predatório, praticado há séculos no Brasil e, de forma escancarada no Maranhão, é uma brutal forma de agressão. Assim como também é um forte indutor às demais formas de abusos que tanto nos humilham, porquanto, no conluio ou promiscuidade entre o poder público e organizações empresariais, dá-se o incesto e a gestação da mãe de todas as demais formas de violência.
Privilégios urdidos nos palácios, como ocorrem entre nós, configuram-se, sem dúvida, uma velada violência. São intoleráveis algumas formas de vantagens concedidas a uns poucos. E pretender harmonia social e livre iniciativa, proibindo a salutar competição, é a mesma coisa que colocar dois boxeadores no ringue para lutarem, estando um deles com os braços algemados. Uma estupidez, que os povos das cavernas não praticariam!
Nem nos reportamos aos sucessivos escândalos de corrupção e roubalheira que nos desabonam e causam profundo desalento!... É sobre o gravíssimo e escandaloso tema da ’reserva de mercado’, uma prática medieval e injusta, em favor de aliados preferenciais ou de quem a mercantiliza, que dirigimos nossas inquietações, na perspectiva de obter respostas sobre se devemos ter fé em mudança, ou se permanecemos na dúvida.

Como o filósofo ensinou: “À dúvida deve-se atribuir mais importância do que à certeza”, permita-nos conservá-las, ambas, Dr. Flávio Dino. Uma para aguçar a sentinela que deve estar sempre à espreita..., e a outra, para animar-nos pelos caminhos da vida – pelo menos até que uma nova realidade se imponha no ’Maranhão de todos nós’(...).

Apesar de as dúvidas serem constantes em nossas vidas, insistimos a nos agarrar na fé, e a sonhar com uma possível ação saneadora, por iniciativa do futuro governo maranhense. Afinal, nosso novo homem forte prometeu:
– Vou transformar o Maranhão em um Estado progressista, democrático e livre do capitalismo de compadres (...)!
– Tomara! Já que, de fato, vivemos um capitalismo selvagem, degradante, criminoso!...

Boa sorte, ao governador Flávio Dino e sua equipe. E um bom 2015 para todos!



  

sábado, 30 de agosto de 2014

                                     PARA O BEM DO BRASIL E DO MARANHÃO
                                                                                 Francimar Moreira
      
 Aos 85 anos de idade, 65 anos de vida pública, 32 anos como senador e uma conduta ilibada, o senador gaucho Pedro Simon reforça o adágio: “Político é como feijão cru dentro d’água, os bons afundam, os podres sobem”. Se alguém imagina que a conduta ética do honrado senador o credenciou a alçar voos na política brasileira, ENGANA-SE, embora os gaúchos o elegessem, quatro vezes senador, ele jamais chegou a uma vice-presidência do Senado. Parece incrível, mas a grande maioria dos políticos brasileiros tem medo de honestidade como o diabo tem da CRUZ!...
Vejamos o que disse o honrado senador do Rio Grande do Sul, em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, de 15/06/2014: “Não esperemos absolutamente nada do Parlamento brasileiro!... Nesses 30 anos de democracia, a única coisa de valor produzida ali foi A LEI DA FICHA LIMPA, que é de iniciativa popular e, mesmo assim, somente foi aprovada porque uma multidão cercou o Congresso Nacional pressionando-o e fazendo ameaças!...”.
O que o ilustre senador disse, do alto de sua ilibada conduta e experiência, é que o parlamento brasileiro, como se compõe e são eleitos os seus membros, é absolutamente INÚTIL (...). E, na verdade, é pior do que INÚTIL, porquanto é NEFASTO, já que funciona como um FORNO, TORRANDO R$ 11.545,00 POR MINUTO, OU MAIS DE SEIS BILHÕES DE REAIS, A CADA ANO, tirado do suor e sacrifício do povo brasileiro. É por isso que milhares que quiseram ser médico trocaram a profissão pela carreira política, onde o dinheiro jorra!... 
Ora, esses fatos, reforçados pelo alerta do senador Pedro Simon, e, sobretudo, pelo volume de escândalos que são noticiados diariamente, mostra-nos que não há motivo para que continuemos passivamente tolerando a farra que os políticos fazem à nossa custa e, muito menos, para que aceitemos esse modelo obsoleto de sistema eleitoral em vigência no Brasil. Razão pela qual DEVEMOS LUTAR E, COM A FORÇA DO POVO, IMPLANTAR AS MUDANÇAS NECESSÁRIAS. AS MAIS URGENTES SÃO: 
1)      Mudança do Sistema de governo para o parlamentarismo e adoção do voto distrital;
2)      Redução de 50% do orçamento do Poder Legislativo;
3)      Redução de 25% do número de deputados estaduais e federais;
4)      Uma profunda reforma institucional do Estado Brasileiro;
5)      Mais rigor nas leis contra ladrões dos cofres públicos e confisco de bens de origem duvidosa.
Enquanto essas reformas não ocorrem, precisamos redobrar o cuidado na hora de votar, sobretudo, para o Parlamento (vereador deputado e senador). Afinal, nada justifica que a custa do nosso trabalho seja mantido o parlamento mais caro do mundo, que se vote em um candidato a senador e eleja um suplente sem ter um só voto, ou, ainda, que se vote em um palhaço (Tiririca), e eleja, com esses votos, vários deputados. Tudo isso é ridículo e uma afronta à inteligência e aos princípios da lógica e à cidadania. 

É simplesmente inaceitável que um parlamentar europeu custe aos cofres públicos 2,4 milhões de reais POR ANO, enquanto um brasileiro custa 6,6 milhões de reais. E, se considerarmos a relação entre o “PIB” de cada País e o custo do parlamentar, o absurdo é ainda muito maior. Na verdade, é um quadro trágico, do qual nos tornamos cúmplices, quando votamos sem critério, sem protesto!...

Além do mais, trabalhar CINCO meses por ano para pagar impostos, que são malversados ou furtados por políticos incompetentes e desonestos, e, ainda legitimar toda essa indigesta salada de sistema eleitoral pacificamente, é ser cúmplice. Por isso, EXIGIMOS AS REFORMAS, URGENTE!... E o partido comprometido com as reformas é a REDE SUSTENTABILIDADE, criado por Marina Silva e um grupo de sonháticos, entre os quais me incluo!... Logo, para o bem do Brasil e do Maranhão, sugiro: PRESIDENTE – MARINA SILVA/40. GOVERNADOR - FLAVIO DINO/65.
   
                                                               
                                                                       

 



 
   



terça-feira, 19 de agosto de 2014

               DO SERINGAL AO TOPO DO MUNDO
                                                      Francimar Moreira


Filha de pai seringueiro, ela nasceu na década de 50, do século XX, no Estado do Acre. Morou em palafita no Seringal Bagaço, foi infectada por resíduos de metais pesados – criminosamente lançados em cursos de águas de sua região –, permaneceu analfabeta até os 15 anos, por absoluta falta de oportunidade de receber instruções, foi, ainda, acometida de graves enfermidades, inclusive, teria sido desenganada pelos médicos, e, nunca mais gozou saúde plena.

A contaminação, que certamente fragilizou-lhe o sistema imunológico, tornou-a vulnerável a inúmeras doenças: três hepatites, cinco malárias, leishmanioses e várias outras de menor gravidade, contra as quais resistiu e lutou heroicamente. Mas sua batalha foi além!... Afinal, havia as dificuldades impostas pela falta de recursos materiais!... Milagrosamente saiu-se vencedora, constituindo-se, portanto, em espetacular caso de superação pessoal registrado entre nós. 

Trata-se, sem dúvida, de uma predestinada, dotada de grande coragem moral, de um enorme desejo e esperança de ver a humanidade alçar-se a outro estágio civilizatório, de mudar o mundo!...  Sobretudo, nutre uma inabalável fé em Deus que, regada pela chama do amor a fortalece. Aliás, para quem conhece a saga dessa incansável idealista, por mais incrédulo que seja, fica difícil não desconfiar da existência de uma mão invisível, um poder imensurável a conspirar a favor dela.

Se não bastasse o seu histórico de superação, a firmeza com que defende as suas convicções, e a admirável bagagem intelectual, também encanta o mundo sua determinação de lutar pelas causas que considera vitais para o bem-estar da humanidade e de todas as espécies vivas do planeta Terra. Sobre as doenças que sofreu e a fé inabalável que revela, é comum se ouvir pessoas dizendo: “Quase chorei de emoção, ao ouvir a história de vida da acreana (...)!”.      

Seu pai, um retirante nordestino, natural do Estado do Ceará, que migrou para a região Amazônica, fugindo da seca e atraído pelo látex – emulsão que se constitui na principal matéria prima para a fabricação da borracha –, possuía uma habilidade que o destacava dos demais seringueiros: a facilidade de lidar com os números e executar alguns cálculos matemáticos.

A vocação do genitor para a lógica numérica e o prazer em poder ajudar a seus companheiros, faziam sua casa ser muito visitada aos domingos: eram os colegas de profissão que iam pedir-lhe para calcular o valor do látex que haviam produzido na semana anterior. “Afinal, não devemos ficar à mercê de cálculos feitos somente pelos compradores” – Diziam os amigos, repletos de gratidão.    

Do pai, ela herdou a facilidade de raciocinar guiada pela lógica, o pendor pelos números, o sentimento de justiça e o desejo de superar-se e alçar grandes vôos. Contudo, somente aos 16 anos de idade lhe surgiu a oportunidade de ser alfabetizada, por meio do MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização, criado pelo regime militar, que governou o Brasil de 1964 a 1985.  

O contato com as letras e a ciência, não somente lhe rendeu nova visão de mundo, como lhe revelou a dimensão dos abissais desníveis sociais que grassa entre os povos do mundo inteiro, o que a inspirou reflexões sobre os motivos e as consequências de tão injusta e absurda situação. Daí, a envolver-se em movimentos diversos, e iniciar uma cruzada contra a degradação ambiental e social, produzidas pelos homens, foi somente uma questão de tempo e oportunidade.  
Ao certificar-se de que a preservação ambiental e fenômenos climáticos são indispensáveis à sobrevivência do homem e as demais espécies vivas existentes no planeta Terra, fez da defesa do meio ambiente, da natureza e da vida o foco principal de sua existência. A partir de então, bastou se firmar, perante as organizações mundiais que defendem as causas ambientais, a convicção de que suas idéias tinham vigorosa consistência, para que sua voz ganhasse eco planetário.

Foi ao lado do mais autêntico defensor da natureza e da vida, Chico Mendes, que seus ideais em defesa do meio ambiente e do ecossistema se consolidaram. E, à medida que o conhecimento abria-lhe o horizonte para compreender as injustiças sociais em sua plenitude, afloravam, na consciência lúcida da futura líder de uma causa universal e justa, idéias de como demolir paradigmas enraizados há séculos ou milênios, por meio de uma sustentável organização em REDE.  

Convencida de que as diretrizes que definem as políticas públicas em relação ao meio ambiente, o ecossistema e a vida em nosso planeta, têm de serem traçadas no embate político e no confronto das ideias, logo se transformou em uma autêntica ativista ambiental e política, marcada, sim, por uma postura ética, decente e calma, porém, por um forte embasamento de caráter filosófico e social, que logo a fez admirada muito além das fronteiras do Brasil.   

Eleita vereadora, em 1988, pelo município do Rio Branco, capital do Estado do Acre, causou espanto aos seus pares na Câmara Municipal ao não aceitar algumas benesses que o cargo lhe assegurava. Atitudes como essa, absolutamente desconectada da cultura que prevalece entre nós, e uma atuação brilhante como defensora das causas coletivas, fizeram-na, dois anos depois, a deputada estadual mais bem votada de seu Estado.    

Quatro anos mais tarde, desembarcou em Brasília; já como senadora eleita e a pessoa mais nova do Brasil a ocupar a senatoria; certamente escolhida por suas virtudes e ideais. Nessa ocasião demonstrou sua personalidade e muita firmeza de caráter, ao repreender, com absoluta altivez, a um jornalista desprovido de bom senso que tentou, de forma desprezível, desdenhar de seu mandato e dela própria, seguramente subestimando sua estatura intelectual e moral.    

Já reconhecida mundialmente, como legítima e dedicada defensora das causas ambientais e do ecossistema, foi convidada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a assumir o Ministério do Meio Ambiente. Afastou-se, então, do Senado, onde já exercia o segundo mandato, e assumiu a delicada e conflituosa pasta. Embora não tivesse experiência administrativa, saiu-se admiravelmente bem em sua nova e delicada empreitada.   

Como soe acontecer, entre ela e o Presidente da República, havia a chefe do Gabinete Civil da Presidência, a quem devia, uma vez ou outra, dar satisfação. No cargo, ostentando “status” de ministra, estava uma mulher considerada uma “gerentona competente e dura”, e com poderes quase absolutos, assegurados pelo mandatário maior de seu País. As trombadas foram inevitáveis, até quando decidiu que não devia mais ficar e pediu para sair.  

Retomou, então, o seu posto no Senado, desfiliou-se do partido que estava no poder e pelo qual havia sido eleita senadora, e logo se filiou a outra agremiação partidária cuja bandeira principal era as causas ambientais e ecológicas. Pouco tempo depois foi lançada candidata a Presidente da República pelo Partido Verde. A surpresa foi a obtenção de quase vinte milhões de votos, por um partido pequeno e, ainda desconhecido da maioria dos brasileiros.   

Embora sem mandato, continuou a receber convites para proferir palestras nos mais diversos países e continentes. A abordagem principal sempre foram temas ligados às questões ambientais e ecológicas, porém, em reconhecimento à sua determinação e extraordinário histórico de superação, costumam convidar-lhe para abrilhantar encontros, seminários, e até festejados eventos esportivos de grande magnitude, em companhia de expressivas autoridades mundiais.      

Foi na abertura das Olimpíadas de verão de Londres, em 2012, em que estavam presentes vários chefes de Estado – fato que, naquele instante, transformou o lugar em topo do mundo –, que ela, ao Integrar o seleto grupo de celebridades mundiais que conduzia a bandeira com os anéis Olímpicos, elevou-se, de forma glamourosa, à condição de grande líder, o que causou encanto aos seus admiradores e, certamente, irritação a algum desafeto.

Encantou aos seus quase vinte milhões de eleitores, no Brasil, e aos muitos milhões de simpatizantes, no mundo inteiro. Porém, irritou sobremaneira a chefe de Estado com a qual se atritou, quando ambas eram ministras. Ao bater os olhos no grupo que conduzia a flâmula das olimpíadas, a ex-colega, transformada em desafeta, contraiu o cenho e, após olhar fixo e atentamente, indagou a um assessor que estava ao seu lado: “Será que aquela mestiça é a..., ou eu estou delirando?!...”.  

 – Não, Excelência, não há nenhum delírio. Aquela a quem a Senhora chamou de mestiça, é, na verdade, Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima, a ex-enferma, ex-analfabeta, ex-doméstica, ex-vereadora, ex-deputada, ex-senadora, ex-ministra, ex-candidata a Presidente e, segundo dizem, futura Presidente da República Federativa do Brasil – proclamou o assessor presidencial.

Irritada, a Chefona do Estado brasileiro proclamou:
– Isso é uma desfeita à minha autoridade e à minha pessoa. Vou protestar junto ao Comitê Olímpico Internacional!... – e, chamando à sua presença o representante da diplomacia brasileira em Londres, determinou que o protesto fosse formulado naquele mesmo dia.

Ao saber da irritação que a sua presença causou à ex-colega e chefe do governo brasileiro, a guerreira das causas ambientais, do ecossistema, da paz e da vida simplesmente esboçou um leve e enigmático sorriso e, parecendo desejar extrair, do horizonte infinito ou do nada, explicações para as terríveis contradições humanas, simplesmente cravou-lhe um longo, abstrato e suplicante olhar.

                                                              
Imperatriz/Ma. 08 de maio de 2014.

     

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

ATÉ QUE ENFIM!...

Até que enfim, o parlamento brasileiro começa a despertar!... Também pudera, até os galináceos já estão percebendo que, do jeito que vai, não demora o pau começar a quebrar!... Afinal, alguém ser obrigado a pagar, a vista, do preço que outros pagam associando-se a uma quadrilha que assalta o povo brasileiro através de um mecanismo espúrio como o chamado dinheiro de plástico ou cartões, é, simplesmente, de uma estupidez que envergonharia até alguns lúcidos que viveram no tempo das cavernas!... 

terça-feira, 29 de julho de 2014

Já é uma tragédia, mais vai piorar!...

QUARENTA E TRÊS ACIDENTES DE TRÂNSITO, somente em um final de semana e nas ruas de Imperatriz, foi a manchete principal do jornal O PROGRESSO de 29/07/2014!... É preciso ser dito, no entanto, que esse escandaloso número de acidentes, que produzem mortes, mutilados, sofrimento, e um elevado custo financeiro, público e privado, resultam de quarenta anos de omissão e irresponsabilidade administrativa. Prefeitos e vereadores, principalmente o prefeito que está aí, sustentado por uma liminar, têm sido sistematicamente coniventes com a ocupação das ruas. Aliás, o maior crime nessa área foi cometido pelo prefeito Sebastião Madeira, que está agora no poder!...  

sexta-feira, 14 de março de 2014

Amigos, se o Dr. Vitório, irmão do secretário de infraestrutura do município de Imperatriz, não encontrou apoio para suas justas reivindicações junto aos órgãos municipais, imagine-se o pobre do povo!... Como dizia o Jurivê: Eita prefeitinho ruim, minha gente!...
E a esculhambação no trânsito segue di mali a pió: a pessoa trafega pela rua Aquiles Lisboa, com destino à BR 010... Chega próximo ao mercadinho, enxerga a rua tomada por banca com produtos à venda... Resolve quebrar o braço à direita, chega na Rua Monte Castelo qui é mão nu sintido Rio Tocantins... Apela, então, pra a rua Tumandaré... Qui tumbém só podi sê usada nu sintido BR Rio Tocantins!... A pessoa para e pregunta pra alguém qui vai passando: 
– Mossu, nesta sidadi tem prefeito? 
– Ô si tem! Tem a até secretaro de tanso! 
– E pru modi qui servi, omi? 
– Uai, pru modi multar e ganhar o salaro. Quer mais o quê?!...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

ASSUNTEMOS BEM

Dois cidadãos do povo estavam no domingo (16/02/2014), às cinco horas da manhã, contemplando, pasmos, o aguaceiro que inundou a cidade de Imperatriz. De repente um disse para o outro:
– Cumpade, isso foi chuva por dimais, homi de Deus!...
– Qui nada, cumpadi (respondeu o outro), diante do chuvaréu qui fez o Noé usar sua canoa pru mode sarvá alguns bichos, foi somente uns chuviscos...  
– E cuma expricar tanta água, meu cumpadi?!...   

– É facio por dimais, omi. Preste atenção: cadê as lagoas, os reservatórios naturais das águas?... Entupiram e fizeram prédios em riba!... Cadê os riachos, caminhos naturais das águas?... Entupiram e construíram prédios em riba!... Diante desses fatos, cabia às águas procurar novos caminhos ou ficar paradas; querem o quê? Mudar a lei da inércia ou a da gravidade?!...  

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

AS AGRESSÕES SILENCIOSAS
                                                 Francimar Moreira

É um enorme equívoco imaginar que a tragédia da violência pode vir a ser debelada apenas com ações policiais. É inquestionável, entretanto, a necessidade crescente de polícias cada dia mais bem preparadas e equipadas, além, é claro, de um serviço de inteligência que seja capaz de detectar o planejamento e obstar a ação de delinquentes, antes que seus projetos criminosos sejam de fato consumados. 
É lamentável que o povo brasileiro ainda seja inabilitado, ou cego e surdo, a ponto de não perceber que a violência que nos intimida a todos é fruto de uma reação inconsciente à mais sórdida e covarde de todas as agressões, que é aquela produzida de forma velada e vil, nos carpetados e podres porões dos poderes, por gente torpe que, aboletada de algum domínio, julga-se no direito de saquear um povo já traído e humilhado.
São de deixar estupefata qualquer pessoa dotada de um mínimo de consciência cívica, as revelações dos absurdos praticados por agentes públicos deste País. E, à desonestidade, adicione-se a incompetência, o cinismo, a total falta de escrúpulo, além da inércia da sociedade que, em não reagindo, acaba estimulando os vigaristas a investirem cada vez, com mais audácia, sobre os cofres públicos e a economia popular.
É isso mesmo: o avanço sobre o Erário não é a única maneira de subtrair recursos do povo. A carga tributária absurda, o apelo para se consumir mais e aderir à moda vigente, os juros escorchantes, as absurdas taxas dos cartões, os jogos ilusórios e muito mais são também formas dissimuladas de as elites avançarem sobre a economia popular, nutrindo a obscena desigualdade social e deixando milhões de pessoas ainda mais vulneráveis.
Ora, como podemos controlar o ímpeto transgressor, em uma sociedade marcada por obscena desigualdade social, se pessoas ditas das elites, dos mais diversos setores da vida política, econômica, social e religiosa são costumeiramente flagradas em atos criminosos, sem que, no entanto, se tenha notícia de que sejam, pelo menos, levemente punidas?!...  
É lógico que um povo detentor da fama de alegre, mas que, de fato, não passa de bobo que se deslumbra até com as nádegas e as cicatrizes umbilicais, aliás, alguns até as exibem altivos, como se troféus fossem, não intui que a punição dos mensaleiros resultou de injunções político-partidárias, porquanto, se olharmos com atenção, haveremos de constatar que os grandes corruptos e corruptores continuam soltos, traficando influências!...
É evidente que as injustiças, o mau exemplo das elites, a indução ao consumo, como forma de expropriar, e o abismo entre ricos e pobres, aliados à impunidade, potencializam a violência! Também é devastador, para a autoestima dos jovens, saber dos milhões que acumulam algumas “celebridades” da política, dos negócios, da televisão, da agiotagem, e pior: a maioria sem produzir absolutamente algo que expresse algum valor real.  
Apesar das esquálidas manifestações, sem foco, de junho de 2013, é desalentadora a inércia em que estão imersos governantes e a sociedade em geral, diante da escalada do crime. Há, de fato, uma paulatina erosão das autoridades; dos pais, dos professores e até das mais altas patentes hierárquicas deste País, sem que se delibere, de forma efetiva, como coibir a afronta dos transgressores, que crescem em número e ousadia.  
Não dignamo-nos sequer a discutir com realismo e sob os faróis da Ciência a cruciante questão da delinquência infanto-juvenil!... Políticos oportunistas e inescrupulosos ficam o tempo todo pensando nas próximas eleições, certamente confiantes na indiferença e ignorância da sociedade, envolvida que vive muito mais com a novela das oito, os campeonatos de futebol, ou o próximo lançamento da moda.
Ora, os escândalos praticados nos subterrâneos dos poderes e noticiados quase diariamente pela imprensa são, sem nenhuma dúvida, um enorme estímulo à violência que salta aos olhos. E, enquanto a selvageria prospera presunçosa, governantes torram bilhões em propaganda enganosa, na tentativa de fazer os incautos acreditarem que municípios, estados e o País vão todos às mil maravilhas!...   
Deixa-nos pasmos o fato de os criminosos não aceitarem que dificultem o seu “trabalho” e reagirem contra a ação da polícia, de forma cada vez mais violenta, em investidas ousadas e fulminantes. Ou seja: estupram e degolam crianças e anciãos, dizimam famílias inteiras, esquartejam e alimentam cães com os corpos de desafetos, divertem-se ateando fogo em suas vítimas..., e não admitem que se lhes perturbem!...
É certo que uma nação que tolera o que vem ocorrendo no Brasil, sem exigir dos governantes medidas que coíbam, com o devido rigor, a tragédia da violência, não pode aspirar aos privilégios do nível civilizatório de que alguns países já desfrutam. Assim como não pode ser considerada uma sociedade sustentável, seja do ponto de vista político ou, em conceitos mais abrangentes, social, cultural, econômico e ambiental.
É tudo muito claro: uma sociedade cujos governantes beneficiam oligopólios, com isenções fiscais e entregando-lhes BILHÕES DE REAIS DO TESOURO a juros subsidiados, como se faz no Brasil, dinheiro que, ou é torrado ou usado para asfixiar empreendedores menores, não pode aspirar ao ingresso no clube dos países ricos e, muito menos, integrar o bloco das nações ditas civilizadas e/ou, política e socialmente, sustentáveis.     
Patinamos, sim, em um estágio de absoluta e obscena desigualdade. Uns poucos esbanjam luxo e riqueza. Os pequenos e médios empreendedores trabalham no limite de suas forças, para sobreviver e cumprir as suas obrigações. No serviço público, há uma casta de privilegiados, em detrimento da maioria que é mal remunerada, e, a esmagadora maioria do povo vive mesmo é atolada em dívidas, senão em situação miserável.
Enquanto o que afirmamos acima se evidencia aos que tem olhos de ver e atormenta a consciência dos que a possui lúcida, bilhões de reais são, também, torrados pela iniciativa privada, em propaganda ilusória, com o intento de induzir a todos a consumir mais e a convencer-se de que as elites e os governantes estão fazendo o que podem para que o futuro dos brasileiros seja cada dia melhor. Certamente, melhor apenas para eles!...
A ultrajante verdade: é uma tributação absurda, concentração de renda obscena, inércia do poder público, desigualdade abissal entre ricos e pobres, muita corrupção, um sistema político imoral, e, sobretudo, saques incessantes ao Erário, a mãe das AGRESSÕES SILENCIOSAS, urdidas nos carpetados e podres porões dos poderes, e que persistirão soberbas, nutrindo o clima apropriado à tragédia da violência que salta aos olhos.                                                                                                                   
                                                                           Imperatriz, 01 de dezembro de 2013